
No início desta semana, circulou a notícia de que a Inglaterra criará um banco de dados que gravará conversas telefônicas e armazenará trocas de mensagens através de correios eletrônicos. A intenção é prevenir possíveis tentativas de ataques terroristas. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo parlamento inglês, entretanto, a elaboração do projeto e a sua discussão já evidenciam que isto é uma questão de tempo.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, em seu artigo décimo terceiro, assegura o direito à privacidade: [...] “ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar e na sua correspondência”. A criação deste banco é claramente uma violação a este parágrafo. Porém, o mais grave ainda pode estar por vir. Este sistema que, no discurso, está sendo criado para proteger e servir a população poderá vir a ser usado, em um futuro próximo, para violar outros artigos da mesma Declaração: o terceiro, o décimo oitavo e o décimo nono. Ou alguém ainda duvida que a liberdade de pensamento e a liberdade de opinião e expressão desaparecem numa situação de conflito de interesses? Será que o inglês governo não usará esta ferramenta para espionar possíveis opositores?George Orwell, em sua obra “1984”, denuncia o totalitarismo através da construção da imagem do Big Brother. Este, para vigiar seus cidadãos, dizia-se irmão deles, cuidando-os, zelando pela sua segurança. 
A opressão pode ter várias máscaras. No teatro grego, as personagens cobrem os rostos e inventam um discurso para criar um efeito de verossimilhança e, desta forma, fazer surgir o efeito de sentido. O problema é que, ao contrário dos espetáculos da Antigüidade Clássica, a mensagem que surgirá desta encenação não provocará catarse e, tampouco, emergirá da forma mas, apenas, o discurso em seu plano superficial.
Por uma coincidência do destino, Orwell nasceu na Índia quando este país ainda era colonizado e explorado pela Inglaterra.


A opressão pode ter várias máscaras. No teatro grego, as personagens cobrem os rostos e inventam um discurso para criar um efeito de verossimilhança e, desta forma, fazer surgir o efeito de sentido. O problema é que, ao contrário dos espetáculos da Antigüidade Clássica, a mensagem que surgirá desta encenação não provocará catarse e, tampouco, emergirá da forma mas, apenas, o discurso em seu plano superficial.
Por uma coincidência do destino, Orwell nasceu na Índia quando este país ainda era colonizado e explorado pela Inglaterra.
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