Um vazio surge. Sem horizonte
sem noite, sem aço e sem espada
como um ser sagrado a surgir de um monte
que busca fugir do nada.
Surge para gerar vácuo e esperança.
Numa corrente ardente, uma linguagem-fonte
num espaço curto, com ânsia
de eletrecutá-lo antes que desmonte
e volte a ser não-hora
e volte para o silêncio
àquilo que não possui aurora
e escurece o universo.
Surge e resiste...onde vozes se tocam
sem verbo, num consenso
de corpos que se chocam
e se interligam num momento denso
mantendo-se sempre constantes
a preencher com espasmos e tempo
a preencher com orgasmos sedentos
a saudade, os dias de antes:
o espaço da branca folha
a falta de luz no espaço sombrio.
Mais que o verso, que a poesia. E que acolha
toda a falta no espaço vazio.
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