segunda-feira, 22 de abril de 2013

Tabagismo

A Fernando Lugo.

Os cigarros queimam a mão
a alma e o pulmão daquele povo.
Já não há fôlego nos peitos.
O câncer veio e tombou
a fé a estratégia o tabuleiro.

No xadrez, o bispo foi comido
não limitou-se à sua diagonal.
As peças brancas venceram.
A torre continuará suspensa.
Ao rei todo o glamour.

O pulmão inflamado limita
faz o homem simples cuspir sangre
montar barracas no front
para ver o dia sem fumaça
e a terra sem fronteira.

Terra que virá no enterro
generalizado
dos brônquios, da terra
de artérias entupidas
de um sonho esfumaçado.

Não me desespero. Não posso.
Com o tempo a autópsia
os legistas da história
o corpo social
bradarão a causa mortis.

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