terça-feira, 11 de junho de 2013
Cantar do Amante
(A Shirley Viana)
Hoje não cantarei as sombras da noite
que nascem nos salões nobres
se espalham nos casebres pobres
e irrompem sobre o sonho mais firme.
Hoje não cantarei a angústia individual
nem as grandes causas coletivas
a necessidade de encontrar-me com meus pares
e lutar por uma ciranda musical.
Hoje não cantarei minha insatisfação interna
e nem a pedra mirante sobre o mar revolto
tampouco cantarei a ressaca azul
ou o vento frio que ensolida-me na névoa.
Vou tentar cantar algo que ultrapasse
tudo o que seja fronteira, limite, empecilho
não quero, hoje, a bala perdida
não quero, hoje, apertar o gatilho.
Hoje celebro a vida
o riso espontâneo
o choro espontâneo
e a cumplicidade egoísta
dos amantes, antes perdida,
e seu sentir subcutâneo
e seu existir anímico
sobre a existência finita.
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Um comentário:
Amor que lindo...Te amo.
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