(ao João Goulart)
A remoção de seu corpo
agora osso
corta o silêncio
escava o barro.
A exumação de seu corpo
agora putrefato
traz da terra uma dor
um odor de exílio forçado.
A transferência de seu corpo
agora um fato
revive o veneno
há muito silenciado.
Descavar o seu corpo
traz à tona
os ratos, a ratoeira
o porvir usurpado.
O grito de seu corpo
abre as máculas
a ágora e seu horror
e outro enterro, calado
... fechado.
... encadeado.
... sumariado.
... soterrado.
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