terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mina

A noite cai
em bestas
e apocalipse.

Toda a corrupção
e tentação
reside
no Homem.

Na mina de carvão
o homem perde
pulmão
ar, alma
e vontade.

O Homem desce
abaixo da terra
beira o inferno
pela pedra
pelo diamante

mas o diamante
no carvão negro
cava a vida
como o coveiro
cava a terra
prometida.

O diamante
como corpo de mulher
talhado
corrompe a visão
ilude a razão
e mata o Homem.

O luxo
a luxúria
a morte
daqueles trabalhadores
sempre terão
ou tocarão
um corpo de mulher
talhado
como diamante.

o Homem
fez-se carvão
fez-se mina
em toda a sua
escuridão
de diamantes.

Um comentário:

Alexandre de Freitas - graduado e pós-graduado em ciências humanas. disse...

Pô Filipe! Interessante poema. Tem um não sei o quê de previsão.
Um abraço.