domingo, 28 de julho de 2013

Metapoema

Rocha ígnea
fundida muito abaixo
da superfície denotativa
a poesia emerge resfriada
petrificada, intransponível.


Sem espaço
vocábulo tenso na noite escura
o jornal já não a compartilha
pois piche denso, sua gosma
combate a rasa notícia.

Invendável
sua economia inexistente
sua palavra magma
sua fusão mineral
é mal aos negócios, ação que não rende

que desafia a ótica capitalista
com estranhamento refletido
com neologia impragmática
(essa outridade do enigma)
e em labirinto mutante resiste


vulcanizada
fruto da lava incandescente
vindo da profunda entranha
fênix em própria cinza
lavra intolerante e insondável.

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