
Os motivos dessa escalada são vários: os sucessivos recordes do preço do petróleo, o aumento da demanda por alimentos, os subsídios dados aos fazendeiros ricos nos países desenvolvidos, a falta de incentivo agrícola aos países em desenvolvimento, restrições às exportações e problemas climáticos etc. E pelo decorrer da carruagem, este problema não será sanado tão cedo.
A ocupação norte-americana no Iraque não irá terminar, aliás aquela zona do Oriente Médio (Irã, Iraque, Afeganistão) viverá em conflito por um longo tempo. Esta situação, com certeza, continuará a elevar o preço do petróleo.
Quanto ao aumento da demanda por alimentos é muito simples constatar que isto se deve ao aumento da expectativa de vida dos seres humanos. Com os avanços da medicina, das condições sanitárias e da educação, o mundo tende a ser cada vez mais populoso. Só para ter uma idéia, já somos mais de 6 bilhões atualmente, no início do século passado éramos apenas 2 bilhões, ou seja, demoramos 1900 anos para dobrar o milhão e 100 anos para sextuplicá-lo. Logo, a demanda por comida irá aumentar cada vez mais. A única chance disso não acontecer é havendo outro holocausto, outra limpeza étnica, só que desta vez em escala mundial.
Os problemas climáticos estão relacionados à degradação do meio-ambiente. Não é novidade para ninguém que o Tratado de Kyoto não é respeitado por nenhum país, que o Tio Sam não é signatário deste documento. Na Ásia tsunamis e maremotos são constantes. Recentemente, tivemos o maremoto e o ciclone que praticamente destruiu Mianmar. Esta catástrofe já contabiliza mais de 22.000 mortos (estimativas não-oficiais anunciam mais de 100.000). O país, que era o maior exportador de arroz do mundo, irá segurar suas vendas exteriores para abastecer o mercado interno. Atitudes semelhantes estão sendo tomadas por outros países em relação às exportações.

Junte a esses fatores, o infinito protecionismo que os países ricos dão a seus produtos e teremos uma situação impossível de ser resolvida.
O máximo que irá acontecer é o que já está ocorrendo: países como Brasil e Estados Unidos, que vêem no plantio da cana e do milho para a produção de álcool uma inesgotável fonte de renda e de alternativa ao petróleo não pararão os seus incentivos para plantarem batatas. Para nós, tupiniquins, é mais fácil culpar os subsídios dados pelos países ricos aos pobres e entrarmos numa nova era de monocultura do que perdermos bilhões. Por outro lado, para os estadunidenses é mais fácil culparem o aumento do petróleo e, conseqüentemente, o terrorismo que os levou a guerra, do que olhar para o próprio umbigo.É um jogo de interesses que não terminará nunca.
Enquanto isso, empresas multinacionais continuarão a bater recordes de lucros, bancos continuarão a crescer, juntamente com a especulação das ações relacionadas ao aumento dos preços sobre os alimentos, e os países pobres continuarão a sofrer, especialmente os do continente africano. Aliás, este está fadado a receber cupons da ONU para sempre.
2 comentários:
Olá...
A crise dos alimentos é antes uma crise politica, da falencia do Estado e seus tentaculos... O continente Africano sempre foi segregado do resto do mundo, suas riquezas roubadas por colonizadores e ainda hoje, o Primeiro mundo financia guerras por lá... Sem duvida a crise é mundial, tem comida para todos, só falta a vontade politica para dividir...
Bom Post!
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/
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